Vou sair pelo mundo, divertindo gente, levando sorrisos e um pouco de paz. É estranho fazer esse tipo de coisa quando se é um oceano de caos. Mas eu me viro, ponho maquiagem nova, pó de arroz, sapatos tamanho 52, calças de bolinha e nariz de palhaço. Vou dando minhas piruetas, pagando um mico aqui e outro ali, sentindo ódio de cada um que ri da minha piada - ou seria do meu ridículo ser? -, soltando confetes aos ladrões. Me deixei ser roubado por diversas vezes, mas jamais levaram minha vida. Por algum motivo, ainda estou aqui. Ainda reclamo do trânsito pra me desculpar dos atrasos, ainda saio pra beber, transo pelo mais efêmero prazer, vou matando a sede de todo dia. Às vezes um pão, outras um cigarro. Sempre a carência, a necessidade de um carinho, de um interminável abraço.
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