Sou lentinho. Sempre fui assim. Rio de piadas antigas como se tivessem sido contadas agora. Leio um livro e, dias depois, entendo a mensagem do autor. Apenas comemoro um gol depois que o juiz e o bandeirinha correm para o centro do gramado. Choro por uma morte como um bebê chora por leite. Só que eu demoro a chorar. Custo à sorrir. Peno pra entender. Mas uma hora a ficha cai. Uma hora o dia vem, o Sol brilha e ilumina as janelas do coração. Aí as coisas ficam claras. Sorrir ou chorar? Bater ou apanhar? Não importa. A claridade revela a verdade e faz sentir. O que se sente é o que importa. O resto é consequência, é ação, porque parado não se fica.
É hora de ir andando, de fazer algo a respeito. Não dá pra perder tempo. Cada minuto passado sem fazer nada é uma chance de virar o jogo que é jogada fora. Refazer o caminho, focar na linha de chegada e caminhar, mesmo que na ausência da estrada. É hora de recomeçar. Sem se jogar onde já caiu. Sem se prender ao passado, mas lembrando que ele é aprendizado. Sem temer o futuro, pois é só mistério. E, acima de tudo, curtindo a dádiva do agora. É por isso que se chama presente, afinal. E mantém o riso no rosto. Eu sei, as dores existem, mas as alegrias devem ser maiores e mais fortes. Sem muitos holofotes, abraço o sentimento e o sinto, mas sem fazer alarde.
Quem não tem marcas de um bicho-gente?
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